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Mártires de Mato Grosso são homenageados em Roma

Os Mártires de Mato Grosso, padres João Bosco Penido Burnier e Rodolfo Lunkenbein, o irmão Vicente Cañas e Simão Bororo, foram homenageados nesta sexta-feira, 11 de outubro, na Igreja da Traspontina, em Roma (Itália).

 

A homenagem, com orações, no âmbito do projeto “Amazônia: Casa comum”, evento paralelo ao Sínodo da Amazônia, destacou a trajetória desses missionários mártires que marcaram história na Igreja Católica, especificamente em Mato Grosso.

 

Padre João Bosco Penido Burnier – Na tarde de 11 de outubro de 1976, duas mulheres sertanejas, Margarida e Santana, eram torturadas na cadeia-delegacia de Ribeirão Bonito, em Mato Grosso. A comunidade celebrava a novena da padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Chegaram ao povoado o bispo dom Pedro Casaldáliga e o padre João Bosco Penido Burnier, mineiro de Juiz de Fora, missionário jesuíta entre os indígenas Bakairi.

 

Os dois foram interceder pelas mulheres torturadas. Quatro policiais os esperavam no terreiro da delegacia, em Ribeirão Cascalheira, e apenas foi possível um diálogo de minutos. Um soldado desfechou no rosto do padre. João um soco, uma coronhada e o tiro fatal.

 

Durante a agonia, padre João Bosco ofereceu a vida pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e pelo Brasil, invocou ardentemente o nome de Jesus e recebeu a unção. Morreu gloriosamente mártir, no dia seguinte, festa de Nossa Senhora Aparecida, em Goiânia (GO), coroando assim uma vida santa. As últimas palavras foram as do próprio mestre: “Acabamos a nossa tarefa”.

 

Irmão Vicente Cañas – Vicente Cañas Costa, missionário jesuíta espanhol, naturalizado brasileiro, em 1974, estabeleceu os primeiros contatos com os indígenas Enawenê-nawê, em Mato Grosso. Passou a residir entre eles em 1977, quando lhe deram o nome de Kiwxi. Foi assassinado, possivelmente, entre seis e oito de abril de 1987, a mando de fazendeiros da região que cobiçavam as terras dos índios.

 

O corpo só foi encontrado 40 dias depois do covarde e brutal assassinato, quando um grupo de missionários do Cimi foi lhe fazer uma visita. A casa estava toda em desordem e havia sinais de ter havido luta. Os instrumentos de trabalho, como o cesto onde levava medicamentos, lanterna, espingarda e facão estavam na voadeira (barco) com a qual iria até as aldeias, como havia avisado por rádio dias antes do assassinato, em Juína. “Vicente era uma pessoa de uma capacidade de enculturação incrível. Viveu no meio dos Enawenê-nawê como um deles”, disse Elizabeth Rondon do Cimi.

 

Padre Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo – Missionário salesiano entre os índios Bororo, na aldeia de Meruri, padre Rodolfo pôs nessa missão toda a “jovialidade e amizade, serenidade e exatidão na prática religiosa e nos estudos; espírito de trabalho e sacrifício”. Sabia muito bem do risco que corria.

 

Dizia: “também hoje o missionário deve estar disposto a sacrificar a vida”. “Não há nada mais bonito do que morrer pela causa de Deus. Este seria meu sonho”.

 

Mártir glorioso da nova pastoral indigenista do Cimi, deu a vida pelas terras bororo. E índio bororo Simão, no mesmo martírio, deu a vida pelo missionário Rodolfo.

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